Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; Ninguém vem ao Pai, senão por mim. João 14:6

 Você conhece a Bíblia? Reflexão: Qual a importância de você conhecer a Bíblia?

Dois caminhos e uma escolha. Qual a sua?

 

   Apesar da sua posição privilegiada na criação, muitas vezes, o homem simplesmente se nega a reconhecer o desígno para o qual foi criado, tomando o mesmo caminho de Adão, o qual acabou caindo no abismo do pecado e do fracasso porque preferiu obedecer à voz da Serpente, virando o rosto para o seu Criador.

  Deus havia proposto uma escolha para a humanidade: ou o caminho da obediência, que conduz à vida; ou o caminho da desobediência, que conduz à morte. O primeiro homem escolheu a segunda opção, e o pecado e a morte passaram a toda a sua descendência. A despeito disto, Deus proveu salvação e vida eterna por intermédio de Seu Filho, Jesus Cristo, que nos exorta com amor:

Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaço o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Mateus 7. 13,14.

   O Senhor Jesus Cristo lançou mão de uma linguagem simbólica para nos falar sobre dois estilos de vida que marcam a trajetória de todo o ser humano: o da porta larga e o da porta estreita. Cada um de nós entrará por uma dessas portas, e encontrá seu destino: ou a perdição, ou a salvação.

   É importante frisar que Jesus não impôs em momento algum o estilo de vida que devemos seguir. Ele apenas apresentou dois caminhos e propôs uma escolha, que caracterizaria um estilo de vida. Jesus também não  pré-determinou quem deveria entrar pela porta larga, tampouco quem deveria entrar pela porta estreita. Ele somente predisse que poucos encontrariam a porta estreia e entrariam por ela. Isso porque a escolha cabe a cada um de nós.

   Além de mostrar essas duas opções, Jesus também revelou o resultado final para quem preferiu seguir uma vida de facilidades, no mundo, e para quem escolheu trilhar uma vida difícil, de piedade, pelo caminho estreito que leva à vida eterna.

Porta larga, um estilo de vida fácil

 

 Lembremos o que Jesus disse em Mateus 7.13: Porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela.

  Essa linguagem metafórica e este simbolismo usado pelo Mestre assinalam o estilo de vida de quem escolheu uma vida de prazeres mundanos. Entre tantas outras, são estas as atitudes que marcam a vida de quem preferiu entrar pela porta larga: viver no pecado, amar o mundo, considerar Deus apenas um detalhe e estabelecer a sua própria escala de valores espirituais.

  Pecar é transgredir as normas estabelecidas por Deus. É errar o alvo, desobedecer e infringir às leis do Criador, o que implica dívida, em aramaico Chobâ.

   " Pastor, o que é pecado no sentido prático? O que é pecado no dia -a dia de uma pessoa?", você pode perguntar. Para responder a esta pergunta, citemos a carta do apóstolo Paulo aos Gálatas 5.19-21: Leia, pegue sua bíblia e leia nesse exato momento.

    As obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizade, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas herdarão o Reino de Deus.

 

As obras da carne

   Analisemos alguns desses pecados relacionados nos dois versículos citados. Essas obras da carne caracterizam um estilo de vida pecaminoso de quem escolheu a porta larga.

  Prostituição, a primeira palavra que aparece no texto original, em grego, é pornéia, e faz referência a todos os pecados da área sexual, entre os quais destacamos o adultério, que envolve relacionamentos extraconjugais entre pessoas solteiras e casadas, ou entre casadas, e a fornicação, praticada por solteiros.

 A lascívia, terceira palavra citada  no texto de Paulo, significa uma sensualidade exacerbada, libidinosa, desregrada, que leva uma pessoa a viver em função de sexo. Grande parte da sociedade adota esse princípio que caracteriza a porta larga e o estilo de vida fácil.

  O texto fala ainda de impureza, a qual contamina a alma e o corpo pelas práticas mundanas, e de bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, como o alcoolismo e o vício das drogas.

  Já a palavra idolatria, no texto, não faz referência apenas à adoração de imagens, mas ao sentido de amor ou paixão por alguém ou alguma coisa que ocupa o lugar de Deus no coração do ser humano. Há pessoas que idolatram seu cônjuge ou seus filhos, e outras obcecadas pelo carro ou por um time de futebol.

  A idolatria, disfarçada de egoísmo, egolatria ou avareza, é um pecado muito comum na vida moderna, marcada pelas distorções nos valores e nos relacionamentos humanos. O ser humano, escravizado pela idolatria dos bens de consumo, inverte suas prioridades ao valorizar mais os bens materiais do que as pessoas, e mais as coisas transitórias do que as eternas, desprezando Deus, a santidade da vida, os valores morais e espirituais.

  Hoje em dia, o ter é mais importante do que o ser, por isso é mais bem tratado e honrado pela sociedade quem veste roupas de grifes famosas, possui carros caros e mora em bairros nobres. O que na verdade está em evidência não é a pessoa, mas sim os bens materiais que ela possui. Isto está revestido de certa " magia", que lhe imprime valor e aumentar a sua "cotação" no mercado das relações sociais. isto gera a acepção de pessoas, terminantemente condenada na Bíblia Sagrada por Tiago 2.1-8, e vai de encontro ao primeiro mandamento do Senhor, que diz:  O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todos o teu entendimento, e de todas as tuas forças; é o primeiro mandamento. Marcos 12.29.30.

  Continuemos a analisar as obras da carne descritas em Gálatas 5.19-21. Feitiçaria, o quinto pecado citado nesse texto, é expressadamente proibido por Deus em Deuteronômio 18.9-21. Envolve superstições, o ocultismo e até a rebelião, pois, como é lembrado em 1 Samuel 15.23: a rebelião é como o pecado de feitiçaria. Também envolve os fetiches, objetos aos quais se atribui poderes sobrenaturais, marcam culturalmente a identidade deles, criando fantasias pagãs no imaginário.

  Porfias, o sétimo pecado citado em Gálatas 5.19-22, faz referência às discussões descabidas, contendas, polêmicas, rivalidades, teimosias, obstinações, e é um das estratégias satânicas para desencaminhar a Igreja. Semear contendas, porfiar, é um pecado que o Senhor abomina (Prov. 6.16-19).

   O Corpo de Cristo muito tem sofrido com as discussões desnecessárias e brigas pessoais. Sendo assim, em vez de contender, procures estar em paz com o próximo, dando provas de amor e caridade, conforme manda a Bíblia, sabendo que o Senhor apresentou dois caminhos: o caminho estreito leva à vida eterna; e o camihno largo, à perdição eterna. E propôs uma escolha.

   Sigamos o exemplo de Abraão, que procurou aplacar o conflito entre os seus pastores e os pastores de Ló.

   O Senhor havia abençoado esses dois patriarcas; em decorrência disso, a terra se tornara demasiadamente pequena para ambos. A situação insustentável somente foi resolvida após Abraão tomar uma sábia atitude. (Gênesis 13. 8 - 9 ).

 

  

 Cristo o Caminho Verdadeiro

 

   Em suas últimas instruções aos discípulos, em João 14.6,7,9, vemos aos discípulos, em resposta a Tomé, que disse que não saber o caminho para Deus. Eu sou o caminho, e a verdade. Ninguém vai ao Pai senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conhecereis o meu Pai; e já desde agora o conheceis e o tendes visto.  Estou há tanto tempo convosco, e não tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos Pai?

 

Segunda Atitude: Seguir a Jesus

 

   E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim , negue-se  a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Lucas 9.23

   De acordo  com esse texto, para seguirmos Jesus, temos de submeter-nos a três condições: negarmos a nós mesmos, tomarmos a nossa cruz e acompanharmos o Mestre.

 

Negar a si mesmo 

 

   Conforme falamos no capítulo anterior, converter-se a Cristo exige renúncia; contudo, não basta apenas a disposição de renunciar. A motivação também conta. Ou seja: em quem cremos e no que cremos faz toda a diferença.

   Se não fosse assim, Deus teria se agradado dos muçulmanos, por exemplo, levam uma vida de extrema renúncia. E, como prova de estrita obediência ao Alcorão, até  cometem o suicídio em nome de Alá.

   Os religiosos indianos se autoflagelam. Em um ritual sangrento, deixam que lhes furem as costas com anzóis e saem às ruas puxando carroças, para mostrar publicamente sua renúncia à dor e dedicação aos deuses hindus.

   Muitos religiosos legalistas hoje em dia adotam a mesma atitude radical dos escribas e fariseus, que impunham uma séria de claúsulas extras à lei mosaica, como se fardo pesado fosse agradar a Deus. Lucas 11.46.

   Contudo, o Senhor condena esse tipo de extremismo e de renúncia como um fim em si mesmo. Nossa renúncia ao pecado e ao egoísmo deve visar à santidade, à comunhão com Deus, mas também ao bem de nosso próximo. Por isso, Ele requer que sejamos  longânimos com os fracos, a fim de ganhá-los para Cristo pelo amor.

   Para um verdadeiro cristianismo, deve-se ter amor ao próximo, conforme ensinou Jesus em Lucas 10.27: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Com esse resumo dos mandamentos, Jesus combateu o farisaísmo judaico, fazendo menção à lei de Moisés (Deuteronômio 6.5; Levítico 19.18).